Refletindo sobre Soul e Matrix

Cenas dos filmes: Matrix e Soul

Venho aproveitando este mês de janeiro para assistir a alguns filmes, rever outros e compartilhar algumas impressões aqui com vocês, lembrando que se tratam de impressões minhas e que refletem toda a bagagem que trago junto comigo. Esses dias me propus a assistir ao novo filme da Disney Pixar, “Soul” e assim ver a interpretação deles para as percepções sobre a alma, além da vida, e outras questões espirituais. Além dele, resolvi rever o filme “Matrix”, que também vem nos tirar da zona de conforto e, principalmente, nos mostrar um mundo além da Matrix (talvez tenha falado grego para quem não viu esse último filme, hehehehe).

E agora como conversar sobre esses dois filmes num texto, sem dar “spoilers”, ou mesmo estragar a sua percepção, afinal poderá assistir ao filme com um viés que talvez não teria se não tivesse lido aqui. Portanto, convido vocês a assistir aos filmes antes de ler esse texto, depois, aí sim desejo vocês aqui lendo, comentando e compartilhando as impressões que tiveram.

O filme Soul, nos propõe uma reflexão sobre a vida e o que virá depois. Apesar das partes lindas e bem interessantes da espiritualidade que Soul nos apresenta, eu prefiro ficar com as questões da vida mesmo e da compreensão que o personagem principal passa a ter após alguns acontecimentos que o fazem voltar de uma outra maneira para esse planeta. Na minha visão, é aí que começa a grande lição que o filme vem nos trazer sobre como estamos vivendo as nossas vidas. Será que não estamos numa eterna busca pelo sucesso, por ser aceito, por dinheiro, e pela desenfreada realização dos nossos desejos, e aqui cabe a reflexão, até que ponto eles são realmente nossos desejos, ou será que são desejos que uma sociedade colocou dentro da gente. A partir deste ponto, podemos começar a traçar um paralelo com Matrix, até que onde você está mesmo vivendo uma verdade ou será que está apenas existindo e cumprindo deveres e obrigações que a sociedade lhe impôs, será? Muitas questões podem ser abertas por esse prisma e por essa lógica, mas não quero entrar em muitos detalhes com relação a isso, quem sabe não abordamos essa questão num outro texto.

Por hora, pretendo falar um pouquinho mais da percepção que temos quando “saímos da Matrix” ou encontramos uma forma de nos conectar com a nossa verdade, seja pela meditação, seja realizando nossas atividades com toda entrega e amor, e isso independe de qual seja a atividade. Também é possível acessar a essa consciência que o filme nos mostra fazendo algo com toda entrega e amor, seja por meio da música como no filme ou mesmo fazendo algo em alguma esquina por aí, mas fazendo com toda entrega e amor.

E por meio desse paralelo, podemos perceber que há formas de rompermos com essa lógica que a sociedade nos impõe hoje em dia. Aliás, isso é algo que me dá um pouco de preguiça, que inclusive a espiritualidade também nos coloca, que é da sua missão. Descubra a sua missão, descubra o sentido de tu estar aqui, e olha que há uma infinidade de cursos e de formas de se buscar ou acessar isso hoje em dia, pelo menos é o que dizem e vendem. E eu, sinceramente, adorei o desfecho que o filme Soul dá para isso, e que acredito ter muito a ver com os ensinamentos do Yoga, do que chamamos de Dharma nessa filosofia, não é uma busca, pois tu já és tudo isso, mas sim um descobrir, perceber-se assim e aprender a se conectar com essa sua inteireza de ser e viver a vida dessa forma, independente da atividade que exerça. Agora se formos olhar pela lógica do filme Matrix, a questão seria romper com esse mundo da ilusão, do que nos é vendido e oferecido e passar a enxergar a verdade, como o personagem do filme Neo acaba fazendo. Ao escolher tomar a pílula vermelha da verdade, ele passa a ver o mundo com outros olhos. E aí acredito que as práticas do Yoga também nos ajudem, a partir do momento em que você começa a meditar, a se conectar consigo mesmo e com o todo, você começa a perceber a vida de uma outra forma. E passa a vivenciar a verdade, que é exatamente o que o Dharma acaba nos convidando a ser e fazer todos os dias de nossas vidas, a viver a nossa verdade diariamente e a respeitar a verdade dos outros e de todos os seres, afinal o intuito é de que todos os seres sejam felizes.

Acredito que a reflexão que esses dois filmes me trouxeram foi a percepção de que a vida é maravilhosa e que devemos vivenciá-la, fazendo o nosso melhor e nos doando da melhor forma possível para tudo e todos e o resto acaba acontecendo. E assim, consequentemente, vivenciando a vida dessa maneira, você pode não estar no seleto grupo das maiores fortunas de dinheiro do mundo, mas com toda a certeza estará em um grupo ainda mais seleto que é o das pessoas que experimentam maior felicidade e prazer em viver no mundo. E hoje em dia, acredito que isso tem sido uma mercadoria rara de se encontrar, pois as estatísticas e dados vem nos mostrando o quanto cada vez mais nossa sociedade está doente e vivenciando as dores da doença do mal do século, a depressão. Espero que esse filme desperte muitas pessoas a olhar para si e verem o que estão realmente fazendo com suas vidas e, mais do que isso, busquem encontrar dentro de si as respostas para todas as suas dúvidas e questões, não fora consumindo diversas coisas que a ”Matrix” quer nos vender como felicidade e que podem até nos fazer felizes por um período, mas depois nos trazem de volta aquele vazio e aí o que fazer? A resposta é simples, volte-se para dentro, volte-se para essa busca por autoconhecimento que com certeza serás surpreendido e, talvez, descubra que a felicidade já está em você, já é você e que você só precisa na verdade tirar todas as outras coisas que a impedem de se expressar e brilhar aí dentro de ti e, consequentemente, irradiará essa felicidade para fora também...

Como o Tao nos ensina, existem muitos caminhos que podem te levar a encontrar essa verdade em si, pode ser pelo estudo do Tao, pode ser pela filosofia do Yoga, pode pelas religiões como o Budismo, Catolicismo, Espiritismo, Judaísmo, Hinduísmo, Cristianismo, Presbiterianismo e tantas outras formas de religião, mas pode ser também por nenhuma forma de religião, o caminho não é único, mas ele é seu e só seu. Então escolha a sua melhor opção e mergulhe na arte de se conhecer e de descobrir essa sua verdade que já está aí em ti, desde sempre...hehehehe

Acredito que é isso, talvez esse textinho tenha ficado um pouco longo, mas foram muitas percepções e sentimentos que geraram aqui dentro de mim e que quis compartilhar alguns deles, talvez outros ainda surjam, pois parece que cada vez que assistirmos aos filmes, algo novo irá se apresentar. 

 

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